quarta-feira, 14 de abril de 2010

Fogareiro

Declarastes a mim seu carinho.
Respondo-te ainda com minha suave voz de indiferença.
Ah! Olhar insano carregado de desejo.
Diga-me o que anseias.
Para que eu possa desdenhar de sua capacidade.
Sei que queres que eu ceda.
Pra que assim possa desdenhar de mim.
Somos meros aprendizes de bruxo.
Até as nuvens conseguem por si só saber de nossos erros.
Nos dois juntos não conseguimos, ao menos, escutar o vento guia.
Gostaria de entregar-me a ti, podendo assim sentir o que não sei se realmente faz-se necessário existir.

Descontinuo

Se eu morrer deixe-me jogada as traças.
Deixe que as algas da ira entranhem em meu sangue.
Permita que minhas lágrimas de dor forrem meu caixão.
Pare de sucumbir meus anseios.
Deixe-me florescer ao menos uma vez a seu lado, pra que assim possa ser beijada por um beija-flor de emoção.
Deixe-me a sós mais uma vez, mas que dessa vez não haja presença física.
Deixarei então sua vontade prevalecer, pois quero ser feliz ao menos por um instante.

sábado, 10 de abril de 2010

Kamikaze

Estou distante daqueles
Aqueles lá...
Mas eles estão tão perto
Logo aqui...
É tão renovador apreciar seus sorrisos, o brilho no olhar pelas coisas mais simples, que outrora eu também gostava.
É tão triste descobrir que aquele sorriso tão eufórico, sumira de meus lábios.
Lábios estes que tudo o que dissera, assemelha-se as trincheiras da guerra, mas que o verdadeiro intuito dessas era alegrar.
Olhos de ébano me fitam, será que realmente sei o que doar?
Queria tanto que não mais existisse lágrimas, que não mais soubessem as minhas farsas.
Talento da mentira, adquirido com o tempo, comigo.
Finjo que sei qual é o problema, talvez eu realmente saiba, talvez a solução esteja em simplesmente, eu parar e logo após continuar, deixando de lado meus medos.